Incrédula via as casas subirem. Uma armação encaixa na outra e forma uma caixa para usar como casa; esta provisória, entretanto sem vontade alguma de sê-la.
Eram vermelhas, azuis, amarelas e verdes. Algumas cobertas com um céu diferente. Era preto, comum em cor, porém não chovia dele, e sim nele. Parecia um pequeno condomínio, onde as barracas portavam sabedoria, vivência. Quantas confidências e segredos cabem dentro de uma barraca para quatro pessoas deitadas e algumas malas acabadas?
Aí apareciam as pessoas. Pés, que foram inicalmente limpos, estavam em um estado antônimo, implorando por uma escovinha, uma lixa, para tirar a 'craca' fixa. Contudo, não havia alma viva que preocupava-se com este minúsculo cataclisma. A convivência tornava os problemas diáfanos. O lugar transformava as consternações em passado. Excetuando somente aquele dia onde contávamos as estrelas até vermos a luz semelhante à bicicleta aproximando com os nossos encaixes completos. Dia marcante de bad conjunta. No entanto, comigo não. Nada me abalava, eu estava indestrutível. Nem a sarjeta sacana do dia seguinte me parou (talvez seja a mão que me ajudou; deixa pra depois). Nem assistir às minhas futilidades brincando de esconde-esconde. Chinelo, cigarro, celular e isqueiro me fazendo de boba. Enfim, ainda assim, a bad comunitária procurou uma saída no nosso amigo José Cuervo. E não é que ele achou a solução?
Foram quatro sóis e 3 luas. Nem sempre sol, nem sempre lua, mas ainda dava para brincar na rua. Rua de areia, rua de terra, rua de trilha.
O dia ia dando adeus e a noite, olá. Era o chamado para começar a dança hindu. Shiva e Ganesh em nosso meio, misturando-se aos ventos já encantados daquela ilha onde quatro dias parecem um. E a manhã assemelha-se ao meio-dia. Onde troca-se tudo. Palavras sem sentido, experiências, casais, alianças. Onde catar o rrrrrrrrubens dando o cu é normal, assim como acreditar em duendes, perder-se e ficar tranquila com a companhia, usar a cozinha como estúdio de músicas de desenhos (POKEZE!), botar fé que você que é uma casa.. ou seria um órgão genital? Talvez um vibrador.. Ah! Sei que aquele lugar faz você precisar de um totem. Pois somente desta forma assegura que está em carne, fluídos e osso e relembra que é uma pequena dimensão onde o inevitável deixa de ser projeto, passa a ser dúvida.
Todavia aconselho a proceder igual a mim. Arranje um anti-totem, esqueça-se do dia 7 e finja que é pra sempre. pra sempre. pra sempre..
sábado, setembro 11, 2010
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Um comentário:
valeu por colocar em palavras esses quatro dias que pareceram um. tá demaias Tashi!
Pra sempre...mesmo
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