e perguntas: 'o que me contas?'
respondo em superfícies. falo das quedas físicas, das subidas etílicas. relato o caos universitário, as idas e vindas em quilômetros.. os assuntos aos quais duas pessoas já tão íntimas não entregam assim, como se fossem notícias não triviais, sacomé.
arrependimento não houve, pois tu também absteve-se de contar tantas vezes, não é?
contei sobre o vômito saído das entranhas alheias como subterfúgio para não contar sobre as minhas mesmas; entranhas cuja dança desconexa ensaiada e apresentada na falta de conformidade da noite passada, quando tiveram notícia sobre a omissão desnecessária do causo desconhecido até então.
enfrentei medos e dogmas próprios, superei-os e modifiquei-os. expliquei-te tanto as mudanças sofridas no retiro espiritual ao qual nos submetemos durante esse recesso dos outros e da solidão. e tu achou-se no direito de não me contar, não me explicar, não se entregar. atos talvez resultantes do meu comportamento, da minha índole. todavia sabias das conversas discorridas com as pessoas que, embora sejam os alicerces da minha confiança, escolheram sofrer contigo. aquelas que decidiram pelo dito "lado que não era meu" e eu não me vi no direito de argumentar por realmente achar com cada centímetro de vida em mim que eles sim estavam certos, assim como tu.
e resolveste, por mais nem menos, manipular a honestidade exarcebada que depositei em nós - não adianta fingir que não o era, tu sabes - para utilizar-se desta e fazer o jogo da ignorância geral e sair por cima, por vítima. e, sendo sincera, novamente, sou ingênua o bastante para não ver intenção sua em toda essa trama que me cerca feito armadilha. mas não sei..
entretanto era irrisório deixar-te avisada de prima o quão longe o meu conhecimento vai, porquê sei que seria somente uma meia hora de conversa jogada, sem pausa para brigas homéricas ou saudosos contatos.
meia hora arrastada, demorada. passou, passou, e nada. falou, contou, e foi piada. contive-me para não me prolongar nos teus olhos. seria doloroso assistir à mudança do olhar. obrigada por entreter-nos com vídeos, porque, meu bem, se não os fosse, o desfecho talvez tivesse sido outro; vários outros.
quarta-feira, março 09, 2011
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