segunda-feira, fevereiro 25, 2013

tempo vago

Não deve temer o não sentir. 
Não enquanto ele for curto, se apresentar um ciclo de vida completo, entrando em decomposição. 
Porque é neste que surge, que URGE um ápice de qualquer coisa. 

O temível - o terriível - é invisível. 
É o invisível fingir. 
Finge que tá lá, de corpo e alma, entretanto é só casca. 
Finge que quer, contudo é revés. 
Finge que chama, querendo cama. Tudo o que quer é coma. 
Finge que nada acontece. Vai fingindo.

Acho tão engraçado, sabe. Esse aqui é uma cantinho tão escondido. Hoje talvez seja um pouco invadido. 
Estou em Porto Alegre agora. Desbravando uma nova cidade sem ter conhecido nenhum ponto turístico razoável. De fato, eu vim trabalhar. Uma semana que durmo e acordo com os mesmos oito rostos cujas bocas discutem sobre agenda, delegados, planilha, plenária. 

E essa gente workaholic uniu-se formando uma pequena família com seus costumes e contrariedades.
Até ao hospital nossa matriarca me levou!
Uma experiência que está marcando o meu ser, de verdade. 
Isso que a conferência nem começou ainda. Amanhã vamos à Chácara e por lá ficaremos colando "Mário"s nas paredes, nomeando quartos e sendo ainda mais workaholics. 

Como eu adoro tudo isso! Ocupar a mente, levar o corpo a exaustão e não ter espaço para o terrível, o invisível. 

Até porque não se finge quando se esquece. 
Opa, lembrei! 

"Deixa eu" dormir que amanhã tem mais! :) 




sexta-feira, fevereiro 15, 2013

fragmentos de diálogos pt. 1

- Ele falou que meu sutiã é muito bonito.. Sinais de heterossexualidade. 

- É mesmo? - abre um botão da blusa - é, está bem sexy vendo deste ângulo..

Ela, mordendo o lábio com o toque sutil, responde curiosa se deve continuar contando o causo.

- Claro, sem interromper a conversa - Prontamente rebate.

Contudo, ela não conseguia. Era um tal de indecisão, de incerteza, de incoerência que tornou-se muda, fato que não é usual naquela relação. 

- Não vai falar nada? - Indaga ele, agora com alguns botões abertos e a mão em seu colo. 

Ela ergue sua cabeça e surpreende: 

- É uma conversa tátil.