terça-feira, dezembro 25, 2012

Caladas ouvintes.

Por incrível que pareça, elas estão lá. Salpicando um infinito negro, pontilhando rotas galácticas por onde passam satélites, aeroplanos e o navio do Capitão Gancho. Sim, elas estão lá. Podem ser novas, antigas e até mesmo semi-mortas, encerrando seus ciclos com explosões em segundos terrestres. 
Elas morrem, como todos nós. No entanto, é indagante analisar que cada uma delas foi alguém. Não é o que dizem? Que quando um ser deixa sua vida na Terra, torna-se uma estrela? E este fato - ou lenda - independe da fisionomia do ser. Afinal, para morrer basta estar vivo. Pelo jeito, para completar o céu também.
Pois bem, hoje eu não as vejo. Elas que sempre foram minhas parceiras de viagem. Basta olhá-las e - TADÃM - uma nuvem sai da minha mente. Quiça seja para criar uma sintonia entre os dois planos misteriosos. O primeiro com suas esferas de luz, o outro com seus problemas cíclicos. 
É, desta vez elas encontram-se somente escondidas, manchadas. O trajeto Florianópolis - Curitiba fora confuso tempos passados. Todavia, não está sendo muito simples desta vez. Espero que seja possível encará-las na volta. 


terça-feira, dezembro 11, 2012

show de íris

a questão é:
a dor incita a arte?

a segunda, a-dor-o
a primeira? ventilo.
sim, ventilo-a-dor (afinal, é calor)

como? um pára-a-queda..
e a dor mexe, adormece
e vai bem, bem, lá pro céu
e machucada será
por arranha-céus

e, por fim,
veremos se a dor
causa arte
em um arco-íris.

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Se

(Pela pura e simples vontade de escrever, ok?)

Situações na vida que fazem alguma história virar única. Sabe como? 
É sobre aquela máxima dita: "imagine se você não virasse a esquina, jamais teria desviado a pedra que poderia fazer o ciclista atrapalhar-se e nada seria mais o mesmo". 

É provável que, se não houvesse todo o tremor do dia seguinte, seria um alguém especial, porém, uma história que termina no compromisso com outrém. 

Todavia, um closet foi aberto, suas gavetas foram ESCANCARADAS, vasculhadas, remexidas. E acho que essa quantidade considerável de mexe-mexe, mexeu comigo. Na forma literal, pois foram algumas horas de mexe aqui, mexe ali, e olha, quando remelexo. 

Embora também tenha revirado um pouco de uma forma difusa, arrisco a dizer que é incompreensível . Havia tempo que não escancarava o peito desta forma, embora tenha sido deforma gradual, com confiança, sendo esta adquirida em uma hora. Duas talvez? Bastante não-corriqueiro.

Enfim, por mais que essa seja uma medida paliativa para ver se eu paro de me culpar por não ter voltado do meu mini-coma-bebê com as ligações noturnas, estou explanando um pouco do que iria colocar em pauta. 

Até porque, independente se o mundo acaba hoje, amanhã ou nunca,  o tempo que separa o encontro em que eu peguei definitivamente o meu chapéu e a tua volta da terra das Sakuras e dos louros da vitória Corinthiana dia 16 de dezembro será bastante grande quando adicionamos a minha ida para visitar a família e tudo o mais. E quem sabe, até lá, ambos já não pensamos nada do que pensamos agora.

Só eu sei como o meu pensamento é mutável. 

Por último: Gambarê, Corinthians! :)

2012 (até dia 8 de dezembro)

Pego minha agenda surrada. Cansada de tanto abrir, fechar, de ser útil como memória em meio a compromissos e segredos.

Engraçado como ela começa a ser usada no dia 23 de janeiro. "Agenda DCE", "Inscrições ECA", e mais afazeres que acolhi. Não é que nos outros dias deste cotidiano dinâmico eram limpos, e sim desprovidos de compromissos ANOTADOS, REGISTRADOS. E, ainda assim, era algo que não dá para chamar de leve. Período de férias normalmente não é nem um pouco tranquilo.

Todavia, não são as inúmeras reuniões que eu quero comentar sobre. Hoje, como todo fim de ano que se preze, estou recordando as peripécias de um período que, certamente, foi o mais transtornado da minha singela e humilde existência. Digno quando lembramos que é o ano do fim do mundo.

Só um devaneio, já volto para as confissões de uma jovem-adulta com a cabeça confusa: Eu estava no Havana Bar esses dias conversando com um amigo sobre Calendário Maia. Ele me contou que o dia 21 de dezembro não será o ano do fim do mundo, e sim o início de um novo ciclo. O Sistema Solar, a Terra, os Países e, por conseguinte, nós, estaremos passando da época "Anoitecer" para "Amanhecer". OU SEJA, Os nós vão se dissolver e a vida vai ficar mais fluida. Interessante, né? É possível que o mundo não acabe amanhã, posto que seja dia 20 de deeezembro.

Voltando a minha ideia principal: Embora seja realizador ver que majoritariamente a minha agenda tem suas páginas rabiscadas, com "checks" constantes, são os rodapés das folhas (e da minha vida) que mais me marcam. Esse 2012 me trouxe poucas e boas. Ok, uma grande mentira. Muitas e ótimas é uma melhor definição.

O armário foi se abrindo com suas gavetas mil e as gavetas vomitam decepções, tensões e tesões.
Quase morri, e de verdade mesmo. Nunca havia andado em uma ambulância. Curioso.

Tive um amor maior, este enlouquecido, sem um pingo de sanidade. Intenso, impreciso, de filme mesmo, onde há a paixão avassaladora que você quer gritar, jogar-se de pontes indestrutíveis. Amor assim não dura, todavia, marca.

Fiz 20 viagens, sendo umas 10 a Conferências e neste quesito entra a AIESEC com suas conferências nacionais onde conheci pessoas de culturas diversas e pessoas que quero levar comigo aonde for. A mesma AIESEC com suas conferências locais, fruto de várias horas de reflexão, abertura de mente para nossa cidade, auto-conhecimento. Vontades e desejos. Ah, como aprendi.


Viagens para Turvo, visitar a família. Viagens a Floripa, não tanto pelo mesmo motivo. Fui quase uma habitante Parnanguara. Guarapuava também me acolheu de braços abertos.


Igualmente importante está sendo o DCE, com a responsabilidade de gerir um PUC inteira. 5 campi. 30 mil alunos.. Pesado e revigorante. Conheci TODOS os campi, fazendo a via sacra com seis amigos em uma van, enquanto analisava comentários positivos e pedradas infindáveis. Ah, os golpes do movimento estudantil! Esta política entre acadêmicos onde, por mais que tomem como "jovens baderneiros", encontra-se uma força descomunal, de pessoas no momento de lutar, gritar e exigir seus direitos, e também seus deveres, por que não? Aliás, cada reviravolta que este ano teve no movimento estudantil da PUC. Saber que fui a causa de uma das maiores contramãos do destino do Diretório Central dos Estudantes da PUCPR é carregar uma bomba de confusão. E o mais incrível de tudo isso é levar amigos, companheiros leais. Ter em quem confiar. Saber como contornar. Oficialmente, amadureci.

Tive até um coelho! O Goa, filho, que hoje não sei mais onde encontra-se, no entanto, até na mudança que fizemos (eu e a Luiza, próximo tópico) consegui encontrar bolinha de cocôzinho lindo do coelhinho que perdeu o rabo.

Arranjei uma roomate! E agora são mais 2 roomates! 4 pessoas morando em uma casa de 6 quartos, um quintal gigantesco, a coisa mais linda. E mais confusa.. Estou em estado de adaptação ainda. De todo o auto-conhecimento que adquiri, sei que sou uma pessoa que não se incomoda com muita coisa, entretanto, não muito fácil de lidar. É muita impulsividade e inconstância para um corpo só.

Caí na Lagoa da Conceição enquanto reatava um amor passado. Acho que é castigo. E nessa história de castigo e consequência, estou esperando o meu por, até mesmo, me esconder da namorada dos outros embaixo de um cobertor, apesar de não ter conhecimento da mesma. 

Fui convidada para Chá de Bebê de uma amiga.. É, assim você sabe que a vida não passa; corre. Morreu Niemayer, Morreu Hebe e a gente aqui, esperando o Silvio Santos ir embora também.

Bom, quando começa-se o ano na Ilha de Superagui, jorrando psicodelia nesse Dois Mil e Doce, não há muito o que fazer. Você sabe que será especial. E foi. E está sendo.