domingo, dezembro 05, 2010

'makes things a mess'

Se os acontecimentos deste ano estivessem distribuídos em 36 meses - e ainda assim haveria acúmulo de fatos sobrepostos - seriam três repetições de quatro estações irremediavelmente inebriantes.

Confesso, sou uma perfeita aquariana sob influência direta de câncer para abençoar minha busca ao passado como resposta ao meu futuro sem interferência aos atos meus.
E divagando sobre o causo, chego a considerar se minha fé inexorável em movimentos astrais não é somente uma escapatória rápida para momentos árduos.
Respondo - mesmo se fosse, digo que não.
A explicação, no entanto, não é em torno da contradição cronológica, e sim, da pessoal. Aquário com sua imponência coerente, seu brilhantismo racional.. e aí a lua me presenteia com Câncer, cujo brinde é todo um drama o qual a solução é doar carinhosamente aos amigos e dizer: "toma que o filho é teu; não consigo carregar isso, não". Em conjunto, como se não bastasse, o sentimentalismo do artrópode procura algo semelhante ao que carrego no peito enquanto a definição preto-no-branco aquariana pesa na balança (e esses malditos librianos nem pra ajudar, né). Balança desregulada, diga de passagem.

Por conseguinte, é explicável o fato de amar demais. Sentir além, posto que desejasse aquém. Aconselharam-me algo tomado em copos pequenos em tamanho único. Só catalisou, como o esperado. Agora comentaram algo chamado esporte, "diz que é bom pros ânimo" foi o diálogo da cumadre. Testar não mata, estagnar emburrece.
E fugir, faz o que? Um tal de me esquece?
Prece, viagem, vodka, masturbação, compras, esporte, comida, tabaco, drogas, tequila..

Fico apenas calada até, enfim, sair dessa cretina cilada.
E, nem comento sobre a utensílios de tortura instintiva que aí sim, meu amigo, traga o galhinho de arruda e muita paciência da bolsinha com seus nós cabalísticos pra escutar.

segunda-feira, setembro 20, 2010

vasculhando o orkut, para o meu melhor:




inestimável. o início de nosso contato já foi o começo da amizade mais bonita. mais companheira. a sua viagem, quando eu tive conhecimento desta, foi um choque. era óbvio que não iria te perder, porém não tenho como enganar-me, assim como pensei quando mudei para Curitiba, fiquei receosa por existir a possibilidade de nosso laço desatar um pouco.
contraditoriamente, estes contratempos somente tornou-nos ainda mais próximos, com a certeza de um amor inacabável, aqueles raros que cheiram à grama recém cortada, à nostalgia dos dias que não vieram e à vontade dos que passaram. aqueles que gozam de uma solidez inegável, que trazem o sorriso dos olhos e o brilho das palavras, sem as mesmas serem expressas. o nosso sentimento é mútuo e lindo; dotado de vida.. é quase palpável.
eu te amo, pour toute ma vie, mon petit. e espero ansiosamente para olhar nos seus olhos e saber que estás ao meu lado novamente, de corpo, quero dizer, pois tu estás em todo lugar que olho, em cada canto remoto da minha vida. em cada saída, cada soneca, cada cerveja, trapiche, sacada, janela, praia, bomba de chocolate, CocoRosie, passeio, spliff, comemoração e felicidade. em cada sorriso. em cada lágrima. em cada abraço. ok. parei. te quiero com limón. e trate de voltar logo.

para dedei, 31 de janeiro de 2010

sábado, setembro 11, 2010

armações temporárias.. pra sempre.

Incrédula via as casas subirem. Uma armação encaixa na outra e forma uma caixa para usar como casa; esta provisória, entretanto sem vontade alguma de sê-la.
Eram vermelhas, azuis, amarelas e verdes. Algumas cobertas com um céu diferente. Era preto, comum em cor, porém não chovia dele, e sim nele. Parecia um pequeno condomínio, onde as barracas portavam sabedoria, vivência. Quantas confidências e segredos cabem dentro de uma barraca para quatro pessoas deitadas e algumas malas acabadas?
Aí apareciam as pessoas. Pés, que foram inicalmente limpos, estavam em um estado antônimo, implorando por uma escovinha, uma lixa, para tirar a 'craca' fixa. Contudo, não havia alma viva que preocupava-se com este minúsculo cataclisma. A convivência tornava os problemas diáfanos. O lugar transformava as consternações em passado. Excetuando somente aquele dia onde contávamos as estrelas até vermos a luz semelhante à bicicleta aproximando com os nossos encaixes completos. Dia marcante de bad conjunta. No entanto, comigo não. Nada me abalava, eu estava indestrutível. Nem a sarjeta sacana do dia seguinte me parou (talvez seja a mão que me ajudou; deixa pra depois). Nem assistir às minhas futilidades brincando de esconde-esconde. Chinelo, cigarro, celular e isqueiro me fazendo de boba. Enfim, ainda assim, a bad comunitária procurou uma saída no nosso amigo José Cuervo. E não é que ele achou a solução?
Foram quatro sóis e 3 luas. Nem sempre sol, nem sempre lua, mas ainda dava para brincar na rua. Rua de areia, rua de terra, rua de trilha.
O dia ia dando adeus e a noite, olá. Era o chamado para começar a dança hindu. Shiva e Ganesh em nosso meio, misturando-se aos ventos já encantados daquela ilha onde quatro dias parecem um. E a manhã assemelha-se ao meio-dia. Onde troca-se tudo. Palavras sem sentido, experiências, casais, alianças. Onde catar o rrrrrrrrubens dando o cu é normal, assim como acreditar em duendes, perder-se e ficar tranquila com a companhia, usar a cozinha como estúdio de músicas de desenhos (POKEZE!), botar fé que você que é uma casa.. ou seria um órgão genital? Talvez um vibrador.. Ah! Sei que aquele lugar faz você precisar de um totem. Pois somente desta forma assegura que está em carne, fluídos e osso e relembra que é uma pequena dimensão onde o inevitável deixa de ser projeto, passa a ser dúvida.
Todavia aconselho a proceder igual a mim. Arranje um anti-totem, esqueça-se do dia 7 e finja que é pra sempre. pra sempre. pra sempre..

segunda-feira, agosto 23, 2010

vômitos organizados

esse voar cálido e inóspito que levitou de mansinho e me fez perder o ar. para cima, para cima, já que a lua é cheia e manda sonhar.
lua. do que será que é cheia? ar? a lua é um balão grandão cujo objetivo foi se perder no escuro imenso e esperar que algum dia o menino pegue a cordinha de volta e traga a esperança marota cuja verdade está para se apresentar.
esperança? nove letras, uma cedilha e não me mande andar na linha. esperança é velha, é a senhora anciã; nunca morre, sempre acode. tarefa que não acaba! faça nuvem ou chove um rio, essa beleza pueril de quem não se cansa de ser criança, ter esperança e olhar a lua. porque criança só rima quando quer, quando é brincadeira. tipo soltar pipa ou dança da cadeira. e soltar pipa me remete à um causo que me contaram. causo contemporâneo com muita importância, e que não será citado aqui porque é texto desconexo, sem rumo nem sexo. texto escrito perfidamente para disfarçar. o que? isso é meu umbigo. dois bigo? quem sabe. só que essa é outra história inadequada para a situação.
que tal fazer um leilão? quem dá mais pela felicidade? manjado, eu sei, mas é verdade! felicidade é um tal que não se arranja. nunca parece que está bom, todo mundo quer mais canja! galinha, caldinho e muito amor. essa é a receita do valioso sabor, já diria a vó de alguém, pois a minha nunca me contou nada disso.
vovó tinha a mania de se conter. bordado, tricô e crochê. seu sonho era o meu batismo e meu desejo é o final do meu saudosismo. Benedita Clotilde dos cabelos brancos, da polenta e carne assada. É, a véinha me deixava malacostumada, como ela mesma costumava pronunciar. Éra "milium", "ornar", "ariar". ah, como já disse um amigo, "ampulheta da vida não vira de ponta-cabeça". e ainda que tivesse notado antes, faria exatamente o mesmo. pois o marasmo do silêncio é algo que não contorna.
por mais que tenha ovo de codorna (sempre achei o máximo um ovinho de cordorna).
e agora, me despeço. um dia volto em anexo. foi um texto banal ou superficial? juro que não! foi especial. recolher-me-ei à minha cama, consoante eu não possuir, agora, a dama. e obrigada pela atenção sem esperar uma canção.

segunda-feira, agosto 02, 2010

aqui foi o infinito na mão.
lá, o infinito molhado no chão.

e sempre, o infinito no peito.
no acalento amoroso
entre o beijo e o gozo.

nosso infinito particular, meu bem(zi).

sábado, julho 17, 2010

além do verde-ambiente.

o sofrimento é que aguça a inspiração e essa me falta tanto atualmente.
dor que senti, física e somente.
noite passadas encarando paredes verde-claro, verde-insosso, verde-frio com a trilha sonora repassando incansável em mente: maxixe, maxixe, maxixe; sanduíche.
misturas de nutrientes cujo gosto foi apreciado por outrém e renegado por mim, expelido em um verde-bile.
um micro-habitat composto de verdes.
verde-avental, verde-banal, verde-vivo, verde-triste, verde-presente, verde-hospital.

deitada/sentada/em riste.
AVANTE!


agora, de volta ao real, uma paleta. sinto o cinza-sofá, o branco-parede, o lilás-pijama.. o sabor da comida e amo. amo tv, amo ruffles, amo minha cama e amo. tanto.

segunda-feira, maio 24, 2010

explícita e exposta.


Eram duas propositalmente desconexas. Aqui e lá (ou aí). Afinal, necessitava-se de uma tela sem tinta, sem rabiscos ou esboços. Ainda em croquis compostos de um mundo além roupas e modelos (não me aniquilem, aspirantes da moda). De súbito, resolvi misturá-las. Pequenas experiências com a vida alheia, fato que se mostrou bem sucedido, pois as tacadas não planejadas contaram com a perfeita direção e sentido. Eu tinha conhecimento absoluto dos preciosos de lá e, para auxiliar a perfeita caçapa, aprendi em seis meses o que não havia absorvido com anos em outras situações.
Toda via se diferencia, todavia. Por terem sido escassas, as chances, a união excitante resultou em algo meio vago, letárgico, porém não tornou a ser aquela ignorância total dos mundos. Pensei assim que somente poderia imaginar uma estrutura oficial contendo os dois caminhos distintos. Por tal, procastinei. Era conveniente o trajeto escondido em partes, bem como a indiferença aos fatos que eram mastigados.
Seguindo desta forma, vivenciei; até não suportar mais deixar acuada a mais bela das situações, essa que carrega o peso da distância, dos preconceitos e da proibição. Sabemos que é um tudo infinito, um infinito nada abstrato. Um infinito palpável, um "nós" cabível de inveja e vontades.
E foi dessa maneira.
"Vamos abastecer?" - Perguntei. Era requerida a presença do eficaz e velho conhecido catalizador, meu amigo Barreiro, juntamente aos nossos amigos Russos baleados de coca. Degrau em degrau. Copo translúcido transfigurou-se em ébano. Ao retornarmos houve um desvio de nosso curso habitual, aconchegamos nossos corpos de fronte um para o outro, após subirmos (uma estória repleta de subidas; fato intrigante) a diminuta escada daquela casa infantilóide e afastada do resto do mundo, formamos a expressão corporal exata para o momento inexato.
Após vários blábláblás alcoolizados terem sido doados e devolvidos, o lampejo surgiu. E perguntei, congelei, almejei desculpar-me - sem intenção de. Era o meu anseio íntimo. O gesto significando um sim diáfano e límpido tranquilizou. A impulsividade intríseca que trouxe prejuízos incontáveis, foi de todo o agrado naquele instante. Foi magistral. Éramos o êxtase emanado em gênero, número e grau. Only exception, foi o dito por ti. Eu acrescento: és mais que a única exceção. És a única razão.

ps: Pedi às nossas testemunhas oculares - também chamam-as de estrelas - guardarem o terraço para nós, com todas as antenas e fios, intocável. Lugar esse que contenho-me em comentar e exaltar pois você já o fez com maestria.


Nossas brasas infinitas transfiguram o endereço em ínfimo. Obsoleto.

sexta-feira, abril 23, 2010

da série 'objetivos'

1 - voltar a escrever nas entrelinhas

boderline.

"padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e desorganizado.
a instabilidade das emoções é o traço marcante, que se apresenta por flutuações rápidas e variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real.
reconhecem sua labilidade emocional, e justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis.
comportamento impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. não possuem claramente uma identidade de si mesmos, até mesmo quanto à própria sexualidade.
a instabilidade é tão intensa que acaba por rejeitar a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante."

nada a ver #sarcasm

I still.

Caminhando pé ante pé nos tijolos amarelos de uma Doroty atual, tijolos esses, sem dúvida: cibernéticos, descobre fronte seus olhos um mundo de figuras insanas e esplêndidas. Figuras de fazer chorar lembranças e degustar as lágrimas.
Dia após dia, na busca incessante por cada vez mais possuir as imagens como se fossem figurinhas brilhantes de um álbum já desmerecido, apropriei-me de uma em especial que faz-me recordar de uma tarde na qual, para alguém de fora, eram somente dois rostos se conectando por uma encostada de narizes. No entanto as duas em questão sabiam que era um tanto a mais. Era a vontade vinda do âmago por um toque mais próximo e, concomitantemente, era o desespero proveniente da certeza de não estar mais ali em algumas horas. E aconteceu. O tato, a pele. Os receptores. E enfim.. O maldito telefone.

Mas sabe?

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terça-feira, março 16, 2010

é primordial...

é árduo lembrar de copiar os rabiscos (pois não têm quilate para obter o rótulo de poema) daquele pedaço retangular de madeira, a qual me aprisionam dias e dias da minha existência estudantil.
oficialmente, preciso obter um cadeno em branco para rasurar uma vida em colorido.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

agora, josé, é ir em frente.


o não saber como agir. como manipular essa mistura de tudo um pouco que agora pesa em minhas mãos como se fosse brinquedo de mola, pendendo de um lado ao outro sem decidir como permanecer.. quem sabe o verbo não seja esse; permanecer enjoa, degrada alguma hora. proceder? 300 km. disseram que não é nada. garanto que este maldito não teve as semanas extasiantes, inebriantes que tive. um surto de conhecimento próprio nunca antes encontrado, quem dera compartilhado. e agora, José?


mas eu tenho certeza que nunca estarei sozinha. e a recíproca é verdadeira.

Segue - Poléxia.

"Senta e cava
Planta uma ilusão
Enche essa mala com prontidão

Levando a incerteza que tem
Teme a saudade
Procura entender

E quando se parte não há ninguém
Nem Deus parece olhar por você
A Terra do Sol faz prosperar
Mas o teu lugar não é aqui
Regressa


Quem te viu
E quem te vê
Abram as alas que o rei voltou
Trazendo a esperança de ter
Um dia de paz vem a calhar

Esse é o chão que eu quero pra mim
Um dia de paz vem a calhar
Um novo olhar nasceu aqui
Sem pressa."


(complicado foi ter de deixar longe.)