sábado, agosto 22, 2009

as pedras, o caminho, a sereia e a cara-de-pau.

Há uma pedra no meio do caminho. Inúmeras foram as tentativas de conviver com a miserável existência. É uma repulsa imensurável. Há um impulso indefectível para chutá-la de uma vez por todas. Inventar artifícios cruéis e inconcebíveis, necessários.

Havia um amigo nunca sozinho. Um alguém que criou uma lacuna tão irrecuperável. Era único. Singular. Eis que uma outra pedra surgiu no trajeto. Porém, menos víbora e com uns granitos consideráveis de persuasão. Fez-se sorrisos para querido amigo singular. O caminho foi diferenciando. Alargou-se e bifurcou-se. A pedra transfigurou-se em algo supostamente vivo. É sereia, agora, e com seu canto vil fez o pobre rapaz cair-se em cortejos e, por fim, o Singular atirou-se ao rio. A sua última sentença foi algo que cravou em pele. Marcou por brasa. Ele prometeu não esquecer. PROMETEU. Contudo, enganou-se. Nós também

2 comentários:

Jéssica disse...

A-D-0-R-O!

Carolina Pires disse...

finalmente abrisses teu blog para meu olhos passarem por cima dos teus escritos assim como fazes com os meus há tanto. fico feliz em saber que tomasses coragem pra isso e eu posso te dizer que te amo por isso e por muito mais.

quanto ao texto... muito, muito bom!